com a palavra

Gerontóloga fala sobre vida dedicada ao cuidado de idosos


Fotos: Arquivo Pessoal
Estágio na Maternidade do Hospital de Caridade durante a graduação

Marcia Helena Marini Royes, 52 anos, é enfermeira, formada em 1991, pela antiga Faculdade de Enfermagem Nossa Senhora Medianeira (Facen), hoje Universidade Franciscana (UFN), e pós-graduada em Gerontologia Social, estudo do envelhecimento do ser humano, pela Faculdade Integrada de Santa Maria (Fisma). Marcia é casada com Eraldo de Souza Royes, 54 anos, militar da reserva, com quem tem dois filhos: Danielli, 37, e Leonardo Marini Royes, 22, e um neto, Marco Antônio Royes Cadó, 1 mês. Hoje, Marcia é proprietária de três casas geriátricas em Santa Maria, as quais administra ao lado da família. Nesta entrevista, ela conta a trajetória na enfermagem, o que a levou ao cuidado com o Idoso e fala sobre o cenário atual dessa área na cidade.

Diário - Como é a sua relação com a Cidade Coração?

Marcia Helena Marini Royes - A minha ligação com a cidade sempre foi muito forte. Nasci e morei quase toda a minha vida em Santa Maria. Em 1988, casei e fui morar no Rio de Janeiro, onde meu marido servia ao Exército. Dois anos depois, retornamos para o Coração do Rio Grande, conforme nosso desejo, já que é onde nossos familiares residem. Na cidade, nasceram nossos filhos, Danielli, em 1991, e, 5 anos mais tarde, Leonardo. Além disso, Santa Maria é a cidade que me deu a oportunidade de trabalhar com o que gosto.

Diário - Na Saúde, em que áreas atuou?

Marcia - Logo após a conclusão do curso de Enfermagem e Obstetrícia, atuei como enfermeira no Hospital Casa de Saúde de Santa Maria e precisei abrir mão deste trabalho devido à transferência do meu marido para Manaus. Lá, trabalhei, por três anos, no Hospital Psiquiátrico Eduardo Ribeiro, atuando na área da saúde mental. Além disso, desenvolvi atividades na docência de Técnico em Enfermagem. Em 2001, já em Santa Maria, trabalhei no Hospital Universitário de Santa Maria (Husm) nas áreas da psiquiatria e terapia intensiva.

Marcia e o marido em viagem de férias à Florença, na Itália

Diário - E de que forma a senhora entrou para a área da gerontologia?

Marcia - Ainda em 2001, tive meu primeiro contato com a área da geriatria, pois fui convidada para exercer a função de enfermeira em uma casa de idosos. Neste período, me apaixonei pelo cuidado, então descobri minha verdadeira vocação dentro da enfermagem. Abri minha primeira clínica em 2003, a segunda em 2011, e, a terceira, em 2015. Atualmente, me dedico exclusivamente às casas de repouso e auxílio meus filhos numa terceira.

Diário - Qual foi sua principal influência para escolher a área?

Marcia - Desde muito cedo, como meu pai faleceu antes de eu completar um ano, minha mãe voltou a morar na casa dos meus avós, e fui criada nesse meio. Sou de uma família longeva. Dessa forma, aprendi, desde cedo, a respeitar o idoso e a valorizar os cuidados deles.

Com a família, o filho Leonardo (à esq.), o esposo Eraldo e a filha Danielli

Diário - Além de enfermeira, a senhora é empresária. Como aconteceu essa escolha de ter um empreendimento próprio?

Marcia - A escolha do negócio próprio deu-se pela experiência e carinho que tenho com esse público. Em meados de 2003, não existiam muitas casas geriátricas e a procura era menor. Nessa época, tínhamos uma única clínica. Lá, eu exercia a função de enfermeira e, com o auxílio do meu marido, também cuidava da parte administrativa. Ocorre que, com o crescimento da procura neste ramo, tornou-se necessário ampliar a casa. Assim, optamos por inaugurar uma segunda clínica e foi necessário o apoio de outros profissionais. Hoje, além de nossa equipe, contamos com o auxilio dos nossos filhos e a administração é feita em família.

Diário - De que forma a senhora vê o contexto atual das clínicas em Santa Maria?

Marcia - Acredito que o idoso está, cada vez mais, amparado e assegurado a ter uma vida digna. Em Santa Maria, existem muitas clínicas geriátricas que acolhem o idoso dependente e, também, aquele que precisa somente de companhia. É muito importante trabalhar com o apoio da família, sempre pensando no bem-estar do idoso. Existem muitas clínicas em Santa Maria, visando suprir a demanda desse público, além de atividades e locais destinadas exclusivamente a eles. Entender a necessidade de inclusão do idoso e promover políticas que incentivem e permitam o cuidado a essas pessoas, são o primeiro passo para uma melhor convivência entre todas as faixas etárias.

Com a equipe da Colibri, Casa De Repouso para Idosos, na Festa Junina deste ano

Diário - Qual mensagem a senhora deixa para seus familiares, amigos e clientes?

Marcia - É muito bom trabalhar em família e fazendo o que se gosta. Ainda que clichê, as pessoas precisam sempre buscar fazer aquilo que as fazem felizes. Trabalhar com idosos é uma doação, um carinho, com quem tem tanto a nos ensinar e quem precisa de tão pouco para ficar feliz. Nós fazemos o nosso melhor e, muitas vezes, acabamos tornando-nos parte da vida dos nossos residentes. Sou muito grata ao meu trabalho, funcionários e clientes que confiam em nosso trabalho.

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